sábado, 25 de abril de 2015

Um bestseller de valor: o dia que concordei com a massa

Sabe aquele livro que não conseguimos parar de ler? Que varamos a noite lendo e nem vemos o tempo passar? Equador, de Miguel Sousa Tavares, é um deles. O livro conta a história de Luis Bernardo Valença, um verdadeiro bon vivant no início do século XX que recebe o convite para governar as ilhas de São Tomé e Príncipe, localizadas na linha do Equador, referenciando o nome do livro. A proposta vem seguida de um objetivo curioso: convencer o cônsul inglês de que não há mais escravidão nas ilhas africanas que pertencem a Portugal.

Luis se depara com grandes dificuldades para convencer os colonos de que a melhoria das condições de trabalho dos negros “importados” da Angola é para o próprio bem de seus negócios. Afinal, se fosse realmente constatado a falta de liberdade e maus tratos aos trabalhadores ditos livres, haveria um grande boicote ao cacau e café produzidos nas ilhas. Além disso, David, o cônsul inglês, desembarca nas terras portuguesas acompanhado de sua lindíssima esposa Ann, que se torna uma tentação aos olhos de todos no local isolado e quase sem mulheres, incluindo aos admiradores, o próprio governador da ilha.
Comerciantes em São Tomé e Príncipe (Foto: noticias.sapo.cv)

Eu já tinha lido um livro desse grande autor português, Madrugada Suja, ótimo, por sinal. Mas tenho que concordar com fato de que Equador é tido como sua obra prima, pois é realmente primoroso. Não é por menos que vendeu milhões de cópias no mundo todo.

O livro foi escrito a partir de uma pesquisa minuciosa de toda documentação a respeito dessas ilhas, dos seus habitantes, negócios, fatos políticos e também da história de Portugal. A sensação criada a partir da leitura é que realmente estamos mergulhando na história real e a criatividade literária de Miguel Sousa Tavares preenche as lacunas e detalhes que os documentos históricos não apresentam, tornando a história mais interessante e instigante de ler. 

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