sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Do Inferno ao céu das artes



Por Júlia Martins



Às vezes aparecem alguns livros que nos fazem querer tudo que o autor escreveu, não é? Este ano tive essa sensação com dois autores, Gabriel García Márquez e, mais recentemente, Alan Moore, após ler sua obra prima, Do Inferno.
Trecho de Do Inferno (Fonte: Submundo HQ)
Esse livro em quadrinhos conta a história mais conhecida sobre a possível identidade do Jack Estripador, assassino em série que cometeu crimes em Londres no final do século XIX. A verdade sobre esses assassinatos nunca foi descoberta, mas diversos livros lançaram a hipótese dos crimes serem uma queima de arquivo relacionada com a casa real inglesa.

Alan Moore realizou uma grande pesquisa com a bibliografia disponível sobre Jack e escreveu um romance cravado na realidade. A despeito disso, a maestria da obra está na extrapolação, em sua capacidade de ir além dos fatos e propor o caráter do assassino e dos demais envolvidos, suas predileções, loucuras, angústias e pensamentos.

De acordo com os relatos e descrições dos corpos encontrados, nada menos que uma mente muito perturbada poderia ser capaz de cometer tais atos, e é nesse ponto que vemos toda a capacidade criativa do escritor da nona arte. 

No final do livro tem todos os comentários que o autor escreveu para fundamentar sua criação, as bibliografias e documentos históricos que utilizou. Recomendo a leitura do livro e, à medida que tenha dúvidas, vá aos comentários para entender o motivo dos elementos presentes na história. Não sou muito fã daquele tipo de discurso que diz que você tem que ler isso, tem que fazer aquilo, mas Do Inferno é simplesmente imperdível.

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