Por Júlia Martins
Li
a obra mais recente de Alberto Mussa, intitulada A Primeira História do Mundo. O livro foi finalista do Prêmio
Oceanos, que até o ano passado era chamado Prêmio Portugal Telecom. Gosto de
dar uma olhada nessa lista, já que grandes autores da língua portuguesa estão
sempre entre a lista de finalistas, como Valter Hugo Mãe, Gonçalo Tavares entre
outros.
Mussa
fez jus à indicação para ficar ao lado da obra desses grandes escritores. A Primeira História do Mundo fala sobre
o primeiro assassinato acontecido no Brasil, mais especificamente na vila que
deu origem ao Rio de Janeiro.
O
autor se baseou em alguns documentos da época para recontar essa história, mas
o que dá o charme ao livro não são os fatos históricos e sim as lendas e mitos
indígenas presentes ao longo do livro para poder construir seu argumento do
possível assassino. Além disso, também há outras histórias e lendas construídas
no desenrolar da conquista do Brasil.
O
que refleti durante a leitura foi como sabemos tão pouco da cultura indígena
brasileira, um dos pilares do desenvolvimento de nossa nação. Infelizmente,
hoje sei mais de outros povos originários das Américas como os incas do que os
índios brasileiros, pois outros países como Chile e Peru realizam um trabalho
muito bonito no desenvolvimento do turismo cultural de seus povos.
Vejo
uma falha grave na educação brasileira no que concerne à história dos povos que
ocupavam o que hoje é o território brasileiro, seus costumes, sua cultura, sua
identidade. Esse livro, para mim, veio como uma forma de ocupar esse vazio de
nossa história. E, para completar, não é um livro chato ou maçante, como muitos
reclamam da obra de José de Alencar. Muito bom!
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