Quando
ouvi falar do livro, imaginei que fosse uma grande homenagem à literatura e que
seria um prato cheio para nós, amantes dessa arte. Isso não deixa de ser
verdade, mas o livro não me encantou como prometia.
Histórias
como a das gêmeas siamesas em que uma delas escreve uma peça de teatro polêmica
que acaba levando ambas à prisão, da menina japonesa anoréxica que se alimenta
basicamente de balas de gengibre, ou melhor dizendo, das mensagens contidas nas
embalagens das balas, além da do escritor argentino que após um grande sucesso
com livros de vampiros do bem entra em coma e, ao sair, passa por uma cirurgia
de transplante cerebral, têm consequências cômicas e são divertidas, mas não
passam disso.
O
clima onírico e as cenas fantásticas construídas pelo autor são interessantes e
bem malucas muitas vezes, mas não emocionam, não tocam como o realismo
fantástido de Gabriel Garcia Marquez. Parece que nos livros do autor
colombiano, o mágico aparece para exacerbar a humanidade de suas histórias,
enquanto o livro do argentino parece apenas ser um grande exercício de
construção de cenas estranhas, quanto mais estranhas melhor. Não havia um
significado por trás das histórias, não havia algo para refletir.
Fiquei
com a sensação de que faltava alguma coisa, algo para nos conectar às
histórias, não é um livro que me lembrarei facilmente.