segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Micróbios #Um conto por dia

Dentro do novo projeto do ano de ler um conto por dia, finalizei a leitura de um livro que foi muito comentado pelos leitores no ano passado: Micróbios, de Diego Vecchio. O livro é a reunião de nove contos que têm em comum os temas doença e literatura.

Quando ouvi falar do livro, imaginei que fosse uma grande homenagem à literatura e que seria um prato cheio para nós, amantes dessa arte. Isso não deixa de ser verdade, mas o livro não me encantou como prometia.

Histórias como a das gêmeas siamesas em que uma delas escreve uma peça de teatro polêmica que acaba levando ambas à prisão, da menina japonesa anoréxica que se alimenta basicamente de balas de gengibre, ou melhor dizendo, das mensagens contidas nas embalagens das balas, além da do escritor argentino que após um grande sucesso com livros de vampiros do bem entra em coma e, ao sair, passa por uma cirurgia de transplante cerebral, têm consequências cômicas e são divertidas, mas não passam disso.

O clima onírico e as cenas fantásticas construídas pelo autor são interessantes e bem malucas muitas vezes, mas não emocionam, não tocam como o realismo fantástido de Gabriel Garcia Marquez. Parece que nos livros do autor colombiano, o mágico aparece para exacerbar a humanidade de suas histórias, enquanto o livro do argentino parece apenas ser um grande exercício de construção de cenas estranhas, quanto mais estranhas melhor. Não havia um significado por trás das histórias, não havia algo para refletir.

Fiquei com a sensação de que faltava alguma coisa, algo para nos conectar às histórias, não é um livro que me lembrarei facilmente. 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Desafio: Calendário literário

Mais um desafio! Estou participando de três projetos literários este ano. O intuito é, além de ler mais, testar se consigo mais disciplina por meio das propostas. O Vitor Martins, com uma proposta bem criativa e interessante, desenvolveu o Calendário ilustrado 2016, o qual você pode baixar gratuitamente aqui. A cada mês, um desafio diferente. Para essa proposta utilizei obras que já tinha na estante. Segue vídeo explicativo:

Minhas escolhas
Janeiro - Comece uma série: O guia do mochileiro das galáxias / Douglas Adams
Fevereiro - Livro que virou filme: Cotoco / John van de Ruit
Março - Livro escrito por uma mulher: O clube mefisto / Tess Gerritsen
Abril - Livro nacional: De gênio e louco todo mundo tem um pouco / Augusto Cury
Maio: Livro infantil: Diário de um adolescente hipocondríaco / Aidan Macfarlane e Ann Mcpherson
Junho - Romance: Capitães de areia / Jorge Amado
Julho - Livro com mais de 500 páginas: Shantaram / Gregory David Roberts
Agosto - Livro clássico: O cortiço / Aluísio de Azevedo
Setembro - Ficção científica: Fahrenheit 451 / Ray Bradbury
Outubro - Livro de terror ou suspense: O exorcista / Willian Peter Blatty
Novembro - Autor que nunca li: Elogio de madrasta / Mario Vargas Llosa
Dezembro - Livro que ganhei de presente: Misery / Stephen King


Além desse desafio, também estou participando do Livrada! 2016 e do projeto Um contopor dia.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Projeto: Um conto por dia


Mais uma proposta literária que assumimos em 2016, a Júlia e eu, foi a leitura de um conto por dia. Motivos: ler mais, movimentar os (muitos) livros de contos que temos, começar ou terminar o dia com uma leitura fácil e rápida e estimular nossa criatividade.

A ideia é muito simples, basta ler um conto por dia. Nestes seis primeiros dias do ano todo tem dado certo. Costumo ler antes de sair para trabalho, logo após levantar e tomar banho. Quando não der para ler, no dia seguinte precisamos ler dois. Serão, no mínimo, 366 contos durante o ano, que é bissexto. A proposta inicial são contos, mas não impede que poemas* e crônicas também entrem na jogada.

O que é um conto?
Segundo o UOL Educação http://goo.gl/67HlG1, o conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.

Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso.

*Expliquei a diferença entre poema e poesia, brevemente, aqui. Complemento que o poema é um gênero textual, já a poesia é uma atitude criativa que pode estar presente até mesmo em situações cotidianas.

Desafio Livrada! 2016



Com um novo ano, novos desafios... literários. Para 2016, decidi incorporar três à rotina (falo dos outros dois em outro post), o que já é muita coisa considerando trabalho, mestrado, vida social, séries e filmes. Quero testar se o comprometimento com metas me ajuda a aumentar a quantidade de livros lidos.

O blog Livrada!, todo o ano lança um desafio com 15 categorias de leituras, achei a ideia muito bacana e decidi entrar também na brincadeira. O tema de 2016 é “Conhece-te a ti mesmo”, o que tem tudo para proporcionar ótimas leituras. Confira vídeo do Yuri explicando o Desafio:

Atendendo aos critérios, estabeleci minha lista:
1- Um prêmio Nobel: Cem anos de solidão / Gabriel García Márquez
2- Um livro russo: Noites brancas / Fiódor Dostoiévski
3- Um cânone da literatura ocidental: Odisseia / Homero
4- Uma novela: Novelas exemplares / Miguel de Cervantes
5- Um livro que você não sabe por que tem: Marley & Eu / John Grogan
6- Um autor do seu estado: 1968 - o Ano Que não Terminou / Zuenir Ventura
7- Um livro publicado por uma editora independente: A sordidez das pequenas coisas / Alessandro Garcia (livro da Não editora)
8- Uma ficção histórica: Azincourt / Bernard Cornwell
9- Um livro maluco: Laranja mecânica / Anthony Burgess
10- Um livro que todo mundo já leu menos você: Dom Casmurro / Machado de Assis
11- Um autor elogiado por um escritor de quem você gosta: Lolita, Vladimir Nabokov (um dos livros favoritos de Jeffrey Eugenides, segundo o Flavorwire)
12- Um livro bobo: Os Goonies / James Kahn
13- Um romance de formação: O apanhador no campo de centeio / J. D. Salinger
14- Um livro esgotado: A Montanha Mágica / Thomas Mann
15- As aventuras do bom soldado Svejk

A grande maioria dos livros eu tenho ou pegarei emprestado com a Júlia. Comprarei somente: 1968 - o Ano Que não Terminou, A sordidez das pequenas coisas, Lolita, A Montanha Mágica e As aventuras do bom soldado Svejk.

A Júlia este ano decidiu não participar por ter perdido o foco do desafio dela no ano passado, o qual você pode conferir aqui.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Incursões no mundo da ficção científica



Por Júlia Martins
Não sei se pelo bom trabalho da editora Aleph, pelos lançamentos de filmes de franquias de sucesso ou refilmagens, mas o universo da ficção científica está cada dia mais popular. Assumo que não tenho muito conhecimento sobre esse gênero, mas li, há algum tempo, o livro de Philip K. Dick, Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? e adorei.

Então resolvi investir na leitura de outra autora super renomada, Ursula Le Guin, com sua obra prima A Mão Esquerda da Escuridão. Entretanto, não tive a mesma boa experiência. O livro tem bom enredo e ela faz belo trabalho na construção de um mundo onde todos os seres são andróginos. 

A história é protagonizada por Genly Ai, representante de um grupo de planetas associados, tipo uma União Europeia, chamado Ekumen. Ele é enviado para um planeta remoto e frio, chamado Gethen, mais popularmente conhecido como Inverno por suas temperaturas baixíssimas. 

Nesse planeta, Genly tem que convencer os governantes dos países a se juntarem ao Ekumen, com o objetivo de realizar troca de desenvolvimentos tecnológicos e demais conhecimentos, além de realizar transações comerciais. Contudo, como seria possível imaginar caso algo do tipo acontecesse em nosso planeta, ele enfrenta o medo e a descrença dos políticos dos países. 

Para piorar, a pessoa que mais acreditava nele e foi seu interlocutor com o presidente do país aonde chegou, foi banida do país por ser considerado um traidor. Punição recebida justamente pela sua relação próxima ao alienígena e o desconhecimento e receio das pessoas em relação aos reais motivos da chegada do forasteiro.

A partir daí, a vida do protagonista se torna complicada e ele resolve ir para o país vizinho na esperança de ter melhores chances de ser ouvido e compreendido. Mas seu objetivo fica cada vez mais distante, dado ao intrincado jogo político exercido com sua presença e poder. Por isso, Genly passa a correr sérios riscos de vida. Desse ponto para frente, o livro se torna uma grande aventura de fuga e sobrevivência, que não vou detalhar já que é o ponto alto da história.

Apesar de ser uma boa história, não foi um livro de fácil leitura para mim, não fluiu. Acho que os detalhamentos, necessários pelo ambiente ser um universo criado à parte, se tornaram muito maçantes. Um bom livro, mas não é meu estilo.